Validação biofísica do método transvesical para medição da Pressão Intra-abdominal

O aumento da Pressão Intra-Abdominal (PIA) é um fenómeno bem documentado cujas repercussões fisiopatológicas podem levar a alterações em todos os sitsemas de órgaos, aumentando a morbilidade e mortalidade de doentes em cuidados intensivos. Embora a medição deste parâmetro em Medicina Veterinária (MV...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Miguel, Nuno Vasco de Vasconcelos França  (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10437/7435
País:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/7435
Descrição
Resumo:O aumento da Pressão Intra-Abdominal (PIA) é um fenómeno bem documentado cujas repercussões fisiopatológicas podem levar a alterações em todos os sitsemas de órgaos, aumentando a morbilidade e mortalidade de doentes em cuidados intensivos. Embora a medição deste parâmetro em Medicina Veterinária (MV) ainda não seja frequentemente utilizado na monitorização dos doentes, em Medicina Humana (MH), a monitorização da PIA tem-se revelado um importante indicador de prognóstico em doentes com diversas condições clínicas. Uma vez que os métodos de medição directa da PIA, para além de invasivos, são também dispendiosos, geralmente recorre-se a métodos indirectos na sua mensuração, tal como a manometria intra-gástrica ou transvesical. Embora o tema da fiabilidade dos métodos de medição indirecta da PIA, ainda se encontre envolto em controvérsia, o método de eleição tanto em MH como em MV continua a ser o método transvesical. O presente estudo tem como objectivo a validação do método transvesical através da aplicação de conceitos biofísicos, abrindo desta forma portas para uma melhor compreensão, aplicação e interpretação dos resultados obtidos. O estudo foi realizado num modelo de cadáver animal da cavidade abdominal, de forma a erradicar algumas das variáveis passíveis de alterar a medição da PIA. A PIA foi medida por dois métodos diferentes numa população de 29 cadáveres de cão. Todas as componentes físicas envolvidas na formação da PIA foram determinadas, tal como o peso, Área de Superfície da Cavidade Abdominal (ASCA) e a força exercida pelas estruturas abdominais. Através dos princípios da física clássica e da mecânica de fluidos desenvolveu-se uma sobreposição de princípios biofísicos. Esta formulação permitiu a substituição dos valores determinados em cadáveres de forma a determinar a PIA por métodos físicos. Os valores calculados foram posteriormente comparados com os valores da PIA obtidos pelo método directo por sensor e pelo método transvesical. A comparação dos valores calculados pela formulação biofísica com os valores determinados pelo método directo e pelo método transvesical não revelaram diferenças estatisticamente significativas (P <0,05). Deste modo pode-se concluir que o método transvesical apresenta um nível de precisão adequado à sua utilização na prática clínica.