Interrupção voluntária da gravidez: Ajustamento psicológico numa amostra de jovens portuguesas

A interrupção voluntária da gravidez (IVG) é uma realidade recente em Portugal e os estudos portugueses sobre a sintomatologia depressiva e qualidade de vida (QdV) subsequentes à IVG são ainda escassos. Além disso, a investigação internacional é divergente e contraditória, oscilando entre escassos o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pereira, Joana (author)
Other Authors: Pires, Raquel (author), Canavarro, Maria Cristina (author)
Format: article
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10316/46626
Country:Portugal
Oai:oai:estudogeral.sib.uc.pt:10316/46626
Description
Summary:A interrupção voluntária da gravidez (IVG) é uma realidade recente em Portugal e os estudos portugueses sobre a sintomatologia depressiva e qualidade de vida (QdV) subsequentes à IVG são ainda escassos. Além disso, a investigação internacional é divergente e contraditória, oscilando entre escassos ou nenhuns efeitos negativos na saúde mental da mulher e sequelas negativas e significativas após a IVG, nomeadamente nas mulheres mais jovens. Assim, o presente estudo pretendeu caracterizar uma amostra de jovens portuguesas relativamente à sintomatologia depressiva e QdV, duas a quatro semanas após a IVG, tendo por comparação um grupo de jovens sexualmente iniciadas e sem história de gravidez. A amostra foi recolhida em 16 serviços de saúde e 22 escolas a nível nacional, e constituída por 128 jovens que realizaram uma IVG e 248 jovens sexualmente iniciadas e sem história de gravidez. Os dados foram obtidos através de fichas de caracterização sociodemográfica e clínica, e instrumentos de autopreenchimento que avaliaram a sintomatologia depressiva e QdV (Edinburgh Post-natal Depression Scale; EUROHIS-QOL-8). As jovens que realizaram uma IVG apresentaram sintomatologia depressiva significativamente superior e menor QdV, comparativamente ao grupo controlo, controlando variáveis de cariz sociodemográfico. Os resultados apontam para a importância da implementação de protocolos de triagem que permitam identificar as jovens com níveis significativos de sintomatologia depressiva e menor QdV e, posteriormente, a disponibilização de apoio especializado.