Frutos de Rubus ulmifolius Schott como uma fonte de compostos fenólicos e propriedades bioativas

O interesse em espécies silvestres tem vindo a aumentar gradualmente devido à sua rica composição nutricional e moléculas de interesse bioativo, fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Esta diversidade de compostos, para além de ser benéfica a nível alimentar, estabelece vantagens para f...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Silva, Liliana Primo da (author)
Outros Autores: Pereira, Eliana (author), Pires, Tânia C.S.P. (author), Calhelha, Ricardo C. (author), Barros, Lillian (author), Pereira, Olívia R. (author), Ferreira, Isabel C.F.R. (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/18321
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/18321
Descrição
Resumo:O interesse em espécies silvestres tem vindo a aumentar gradualmente devido à sua rica composição nutricional e moléculas de interesse bioativo, fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Esta diversidade de compostos, para além de ser benéfica a nível alimentar, estabelece vantagens para futuras aplicações em diversos setores industriais, particularmente, alimentar, cosmético e farmacêutico [1,2]. A espécie Rubus ulmifolius Schott (vulgarmente denominada por silva-brava ou amora-silvestre) pertence à família Rosaceae e é essencialmente conhecida pêlos seus frutos. O seu perfil químico evidencia compostos bioativos, nomeadamente, compostos fenólicos, que lhes confere propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas, antitumorais, entre outras [3, 4]. Neste trabalho, foi determinado o perfil fenólico dos frutos da espécie R. ulmifolius, assim como, avaliado o seu potencial como agente bioativo, estudando a atividade citotóxica e antimicrobiana. Os compostos fenólicos foram determinados através de um sistema HPLC-DAD-ESI/ MS, enquanto que o potencial citotóxico das amostras foi avaliado em linhas celulares tumorais MCF-7 (adenocarcinoma da mama), NCI-H460 (carcinoma de pulmão), HeLa (carcinoma de cervical) e HepG2 (carcinoma hepatocelular), e numa cultura de células primárias não-tumorais (PLP2), pelo método da sulforrodamina B (SRB). A atividade antimicrobiana foi avaliada através do método de microdiluição usando bactérias Gram-positivo e Gram-negativo, bem como fungos. Tendo em conta os resultados obtidos, R. ulmifolius evidenciou um perfil fenólico com 11 compostos não antociânicos (salientando-se o pentósido do ácido elágico) e 5 compostos antociânicos (destacando-se a cianidina-3-O-glucósido) com potencial corante. No que concerne às suas propriedades bioativas, os extratos hidroetanólicos preparados a partir dos frutos não revelaram qualquer capacidade antiproliferativa em nenhuma das linhas celulares testadas, mas também não manifestaram toxicidade nas células não-tumorais (GI50>400). No entanto, quanto à atividade antimicrobiana obtiveram-se resultados favoráveis, tendo os extratos revelado um efeito bacteriostático, com valores de MIC (concentração mínima inibitória) entre 5 e 20 mg/mL. Assim, este estudo mostrou que os frutos de R. ulmifolius são uma boa fonte de compostos fenólicos e que exibem propriedades antimicrobianas, sendo possível a sua aplicabilidade não só como fonte de nutrientes, mas também como agentes bioativos.