O Huanglongbing (HLB) no Brasil: o que se conseguiu desde 2004

A citricultura brasileira tem sido acometida por várias doenças, muitas delas, limitantes. Na década de 1930 a ocorrência do vírus da tristeza dos citrinos (CTV) causou a morte de cerca de dez milhões de árvores enxertadas em laranjeira azeda. Duas décadas depois, a introdução da bactéria Xanthomona...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Paiva, Paulo (author)
Other Authors: Duarte, Amílcar (author)
Format: article
Language:por
Published: 2019
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.1/12421
Country:Portugal
Oai:oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/12421
Description
Summary:A citricultura brasileira tem sido acometida por várias doenças, muitas delas, limitantes. Na década de 1930 a ocorrência do vírus da tristeza dos citrinos (CTV) causou a morte de cerca de dez milhões de árvores enxertadas em laranjeira azeda. Duas décadas depois, a introdução da bactéria Xanthomonas axonopodis pv. Citri, causadora do cancro cítrico motivou a criação de um programa nacional de erradicação desta doença, mantido no estado de São Paulo até recentemente. A erradicação nunca foi alcançada mas manteve a doença com baixa incidência. Anomalias relacionadas com porta-enxertos como o declínio dos citrinos (citrus blight) na década de 1970 e a morte súbita dos citrinos, no final da década de 1990, ambas sem causa conhecida, foram controladas com a substituição de porta enxertos suscetíveis por tolerantes. Atualmente, duas doenças têm alto custo de controlo: uma virose de laranjeiras doces causada pelo vírus da leprose dos citros (CiLV) e transmitida pelo ácaro Brevipalpus phoenicis e a pinta preta dos citrinos (citrus black spot), cujo agente causal é o fungo Guignardia citricarpa. Para além dessas doenças, o surgimento da clorose variegada dos citrinos (CVC) na década de 1980 mudou a citricultura brasileira. A CVC, causada pela bactéria de xilema Xylella fastidiosa e transmitida por 12 espécies de cigarrinhas, obrigou a que a produção de plantas (mudas) fosse feita em ambientes protegidos de insetos vetores. Em 2000 toda a formação de plantas estava em estufas. Além disso, adotou-se o sistema de cultio em substrato, em bancadas, para evitar a contaminação com Phytophthora spp. e fitonematóides. Como as plantas mães (matrizes) já estavam certificadas e protegidas, assegurou-se a sanidade do material de propagação.