Resumo: | A adopção em Portugal é um campo de debate e controvérsia, atravessado por críticas à morosidade da justiça e das equipas dos serviços que são responsáveis por associar crianças em estado de adoptabilidade com candidatos aptos para adoptar. O presente paper versa sobre aspectos parcelares da investigação realizada para tese de mestrado, e cuja temática se continua a analisar agora em doutoramento, sobre a problemática da adopção. Aí se procurou compreender quem são os decisores de adopção em Portugal, quais as suas opiniões sobre uma diversidade de temáticas relacionadas com a família e a infância e, em última análise, aferir a presença ou não do pensamento biologista nas suas decisões. Neste trabalho, pretendemos analisar os discursos dos nossos entrevistados acerca da parentalidade socioafectiva e dos novos tipos de parentalidade. Concluímos que cerca de um terço dos decisores entrevistados olha com desconfiança para novas formas familiares e que baseia conscientemente as suas decisões em modelos tradicionais de família, heterossexual e biológica, considerando que esse é o superior interesse da criança, sendo que nos restantes dois terços estes aspectos surgem mais esbatidos.
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