Importância do uso regular da bicicleta na qualidade de vida de pessoas com 55 ou mais anos: um estudo de caso

O fenómeno do envelhecimento populacional implica a existência de novas preocupações e desafios, associados ao aumento da esperança média de vida e às alterações necessárias para que se promova uma melhor qualidade de vida junto das pessoas idosas. A atividade física é um fator essencial à melhoria...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ramalheira, Joana Oliveira Valente Pereira (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/15423
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/15423
Description
Summary:O fenómeno do envelhecimento populacional implica a existência de novas preocupações e desafios, associados ao aumento da esperança média de vida e às alterações necessárias para que se promova uma melhor qualidade de vida junto das pessoas idosas. A atividade física é um fator essencial à melhoria do estado de saúde e bem-estar destas pessoas, contribuindo para a redução de riscos de doenças crónicas e promovendo uma melhoria do estado físico e mental, autonomia e independência. Como forma de atividade física, podemos identificar o uso da bicicleta, cada vez mais utilizado por pessoas idosas, motivado por diversos fatores, nomeadamente, a prática de uma atividade física mais intensa, com custos mais baixos associados. Esta investigação tem como principal objetivo caracterizar um grupo de pessoas que utilizam a bicicleta de forma regular na Gafanha da Nazaré e identificar, a partir da perceção dos sujeitos, os principais indicadores de qualidade de vida. Este é um estudo de caso de abordagem qualitativa. A amostra, composta por conveniência contempla um grupo de 12 indivíduos (homens e mulheres), com idade igual ou superior a 58 anos, residentes na Gafanha da Nazaré, que se reúnem periodicamente para andar de bicicleta. Trata-se de um estudo que recorreu à técnica de Grupo Focal e resposta a dois questionários: sociodemográfico e de atividade física. Os dados das entrevistas foram analisados por análise de conteúdo e os dados dos questionários por análise estatística descritiva. Como principais resultados pode referir-se que a média de idades dos participantes é de 67,8, sendo oito deles homens. Começaram a andar de bicicleta durante a infância, com familiares e amigos. No momento, referem que: i) andam de bicicleta porque faz bem à saúde e promove uma melhor qualidade de vida, por comodidade e por questões económicas; ii) sentem que têm qualidade de vida por terem as necessidades básicas satisfeitas, por terem possibilidade de conviver e sentirem bem-estar físico e social; iii) andam de bicicleta diariamente; iv) receiam a possibilidade de quedas, furos e acidentes; v) o uso da bicicleta tem como consequências positivas a melhoria do estado de saúde, contactar com outras realidades, possibilidade de convivência e o aumento do espírito de entreajuda. Todos consideram que deveria haver mais ciclovias, parqueamentos adequados, existência de um seguro para bicicletas e alterações ao código da estrada. Este estudo reflete a perspetiva de um grupo de pessoas que utiliza a bicicleta de forma regular e que a considera como uma mais-valia para a qualidade de vida. Os resultados obtidos identificam como principais indicadores relacionados à qualidade de vida, a melhoria do estado de saúde, a possibilidade de estar em grupo e a sensação de felicidade e bem-estar.