Summary: | A ingestão de alimentos representa a principal fonte de exposição humana ao arsénio e ao crómio, sendo que a sua acumulação no organismo causa doenças não transmissíveis como doenças cardiovasculares, respiratórias ou o cancro da bexiga e da pele. No entanto a toxicidade do arsénio e do crómio não depende apenas do seu teor total mas principalmente da espécie química em que estes se encontram presentes nos alimentos. Neste trabalho é feita uma apresentação das técnicas utilizadas para determinação das diferentes espécies químicas de arsénio e crómio de acordo com estudos europeus. Recentemente, a EFSA, autoridade europeia para a segurança alimentar, concluiu que os meios laboratoriais, existentes entre os países da comunidade europeia, ainda não são suficientes para identificar as espécies químicas de arsénio e crómio. É possível determinar o teor total destes elementos cumprindo os requisitos da ISO 17025, mas é necessário prosseguir nos estudos de especiação. A acoplação de um cromatógrafo líquido de alta resolução (HPLC) a um espectrómetro de massa acoplado a plasma induzido (ICP-MS) é a metodologia analítica de excelência para a especiação química de arsénio e crómio. É feita uma breve exposição da capacidade instalada no INSA, quer em termos de recursos humanos quer em termos de equipamentos, para desenvolver estudos no âmbito da especiação química, tendo já desenvolvido os métodos de identificação e quantificação de espécies químicas de arsénio em pescado e em arroz. É discutido ainda o plano de trabalho, designadamente a extensão da especiação a outras matrizes alimentares e a outros elementos químicos, sendo realçada a importância da especiação de crómio para diferenciar o seu impacto na saúde pública como nutriente essencial ou contaminante de elevada toxicidade.
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