| Summary: | A construção de uma escola inclusiva implica a intervenção de diversos atores. No que respeita à inclusão do aluno com necessidades educativas especiais, trata-se de um processo visto, muitas vezes, como sendo da responsabilidade exclusiva do professor de Educação Especial. Ora, este estudo visa justamente aferir o papel do professor de Educação Especial neste contexto, tendo em conta as seguintes dimensões: (i) como é atualmente realizado o trabalho do professor de EE nas escolas; (ii) como é organizado o trabalho relacionado com a EE (iii) e, finalmente, qual a opinião dos profissionais sobre a atual legislação relacionada com a EE. Do ponto de vista metodológico, optou-se uma abordagem de natureza qualitativa, tendo sido utilizado como técnica de recolha de dados o inquérito por entrevista semiestruturada. O estudo desenvolveu-se em sete agrupamentos de escolas da zona Entre o Douro e Vouga, envolvendo dez professores (n=10) especializados em Educação Especial. Os principais resultados apontam para o facto de os professores de Educação Especial identificarem vários constrangimentos: a falta de recursos, a não elegibilidade para apoio de alunos com problemáticas como a perturbação por hiperatividade e défice de atenção, a falta de articulação entre os professores de Educação Especial e os do ensino regular e a preocupação demasiado quantitativa da Escola e da Direção dos Agrupamentos. De um modo geral, o papel de apoio do professor de Educação Especial é, muitas vezes, dirigido unicamente ao aluno, faltando articulação com os professores do ensino regular para que desenvolvam práticas inclusivas de todos os alunos, tendo em vista o sucesso global.
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