Habilidades de conversação em doentes com esquizofrenia, investigação quasi-experimental

Introdução As pessoas com esquizofrenia sentem-se repetidamente desajustadas, precisando frequentemente de ajuda para definirem as suas habilidades, interesses e talentos. Em Enfermagem, a relação terapêutica caracteriza-se pela parceria estabelecida com o cliente, no respeito e valorização das suas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Dias, Carlos Manuel de Melo (author)
Format: other
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://repositorio.esenfc.pt/?url=sQAJht6J
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.esenfc.pt:5399
Description
Summary:Introdução As pessoas com esquizofrenia sentem-se repetidamente desajustadas, precisando frequentemente de ajuda para definirem as suas habilidades, interesses e talentos. Em Enfermagem, a relação terapêutica caracteriza-se pela parceria estabelecida com o cliente, no respeito e valorização das suas capacidades, pretendendo ajudá-lo a ser proactivo na consecução do seu projeto de saúde (1). A reabilitação psicossocial é um processo que oferece a oportunidade de vir a atingir o seu nível potencial de funcionamento pessoal e social, sendo a conversação um instrumento crítico para a comunicação (2). O ensino sistematizado de comportamentos considerados vitais para o sucesso nas interações sociais, com intervenções efetivas, é um dos desafios mais prementes da reabilitação psicossocial em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica. O funcionamento pessoal e social é melhorado, dada a real perceção da sua eficácia social, vocacional e de situações de vida típicas, com as quais irá ser capaz de lidar e apreciar (3; 4). Finalidade Pretendendo a generalização de habilidades de conversação, na transição do ambiente controlado da clínica hospitalar para o ambiente imprevisível da comunidade, esta investigação em Doutoramento em Enfermagem teve como finalidade o desenvolvimento, implementação, e avaliação duma formação em habilidades de conversação. Metodologia Num desenho quasi-experimental a formação de habilidades de conversação foi avaliada no pré, pós, e follow-up, nas variáveis: distress e bem-estar, adesão à medicação, estado de ansiedade, autoeficácia geral, vulnerabilidade ao stress, grau de dificuldade nas situações sociais, frequência de convivência com situações sociais comuns, e desempenho pessoal e social. A relação de confiança entre terapeuta e doente/s foi crucial, bem como a personalização e individualização dos timings e dos assuntos em cada sessão da formação. Resultados Melhorias estatisticamente significativas no lidar com a ansiedade e com o stress, na noção de autoeficácia, e no desempenho pessoal e social. Conclusão Salientam-se as ligeiras melhorias relativas a subgrupos de participantes em alguns momentos de avaliação pós-formação e follow-up. Concluímos que existe impacto na melhoria da gestão do stress, na apreciação das suas capacidades, e melhoria do funcionamento pessoal e social apreciado pelos outros.