Summary: | No final da década de 90, surge em Portugal um fluxo inesperado, abrupto e expressivo de imigrantes com origem nos países do Leste europeu. Se, inicialmente, a estadia destes imigrantes em Portugal podia ser encarada como temporária, o reagrupamento familiar poderá ser indicativo de uma intenção de regresso ao país de origem mais tardia ou mesmo de fixação em território nacional. Neste trabalho faz-se uma reflexão sobre a integração das famílias de origem ucraniana em Portugal em diversas esferas sociais, dando-se especial enfoque à integração na Escola. Assim, através da realização de entrevistas, analisaram-se as representações que este grupo de imigrantes tem da escola e das aprendizagens escolares, as práticas de acompanhamento que desenvolvem e, ainda, o contacto que mantêm com as suas raízes culturais. O estudo tenta, ainda, identificar quais as suas maiores dificuldades de integração, bem como as expectativas de futuro. A análise da informação recolhida permitiu perceber que há indícios de que uma parte significativa dos imigrantes ucranianos pondera não regressar ao seu país de origem. Alguns já compraram casa em Portugal e conseguiram reduzir o hiato entre as suas qualificações e a profissão que desempenham. No que respeita à escolarização dos filhos, apesar de estas famílias serem muito críticas em relação à escola portuguesa, verificou-se que algumas conseguem identificar aspetos muito positivos e que reconhecem que os objectivos e o resultado final são muito semelhantes, tendo apenas métodos diferentes. Ficou mais uma vez patente a importância da obtenção dos diplomas escolares em Portugal.
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