Summary: | Resumo A ignição e propagação de incêndios florestais no primeiro quadrimestre de cada ano, em Portugal, constituiu, desde os anos setenta, uma realidade, enquadrada por condicionantes socioeconómicos específicos e apenas atenuada por condições meteorológicas francamente desfavoráveis à sua ocorrência. Com efeito, a observação simples dos dados estatísticos relativos aos incêndios florestais permite a constatação deste fenómeno, sendo que o ano de 2020 é o que menor número de ocorrências regista, em relação aos cinco anos anteriores (2015-2019). Contudo, e ainda que com condições meteorológicas aparentemente favoráveis, no referido período de 2020 assistiu-se a uma redução drástica do número de ignições e da área ardida em todo o território continental. Este facto é apenas justificável por fatores sociais, nomeadamente os associados à pandemia gerada pela COVID-19, pelas condicionantes sanitárias associadas ao mesmo e às consequentes medidas de confinamento impostas pelo governo português, especialmente durante o período do Estado de Emergência.
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