Summary: | A Fadiga é dos sintomas mais frequentes em doentes com Esclerose Múltipla e que pode ter impacto nas suas atividades de vida diária. Objetivos: Caracterizar os indivíduos com esclerose múltipla do ponto de vista sociodemográfico, clínico e relativamente à fadiga; relacionar a fadiga com a independência funcional em indivíduos com esclerose múltipla. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e correlacional. A amostra é constituída por 276 indivíduos que responderam ao questionário que explorava a situação sociodemográfica e clínica, a fadiga (FSS, MFIS, Escala Analógica Visual) e a independência funcional (Índice de Barthel). Resultados: Dos 276 participantes, a maioria são mulheres (74,6%), casados (56,9%), idade média de 40,03 anos, com nível de educação elevado e profissionalmente ativos (55,1%); 64,9% tem esclerose múltipla há menos de 10 anos e 40% dos indivíduos refere ter tido surtos no último ano. As principais queixas referidas são fadiga (83,4%), desequilíbrio da marcha (50,2%), diminuição da atenção e concentração (50,2%) e dormência/parestesias (46,5%). Quando agrupados em categorias, os problemas motores, onde se enquadra a fadiga, prevalecem em 31,2%. Apenas 2,2% da amostra faz referência a fármacos específicos para a fadiga. A prevalência da fadiga determinada pelas escalas MFIS e FSS foi de 61,2% e 74,3%, respetivamente. Verificou-se uma correlação moderada negativa, mas estatisticamente significativa, entre o Índice de Barthel e as escalas de avaliação da fadiga, parecendo que graus de independência baixos estão associados a níveis elevados de fadiga; o Controlo Urinário, Subir e descer escadas e Alimentação, são os itens que apresentam valores de correlação mais altos e com elevado nível de significância estatística. Conclusões: O reconhecimento do problema que é a fadiga para os indivíduos com esclerose múltipla e a relação desta com as atividades de vida diária é crucial no acompanhamento destes doentes, em todas as etapas do processo de reabilitação.
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