Summary: | No contexto sociocultural, a fam?lia desde sempre desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento dos seus membros. Independentemente da sua estrutura, a fam?lia ? o lugar onde cada um dos seus elementos procura encontrar o seu equil?brio. O diagn?stico de uma doen?a incur?vel, progressiva e terminal, n?o se repercute apenas na pessoa, mas tamb?m na fam?lia, pelas imposi??es e altera??es que traz consigo para o seio familiar. Cuidar da pessoa em agonia no domic?lio at? ? morte na sua multidimensionalidade, exige ? fam?lia, mais precisamente a quem dela cuida, capacidade auto-organizativa, dado o doente necessitar de ajuda total na satisfa??o das necessidades humanas b?sicas. Efetivamente, o doente ag?nico experi?ncia uma serie de altera??es cl?nicas, sobretudo fisiol?gicas, representando para quem cuida dele, sofrimento. Conforme, se aproxima o momento da morte, os cuidadores ficam mais fragilizados e em profundo sofrimento, necessitando de acompanhamento, respostas e orienta??es de equipas comunit?rias de cuidados paliativos. Contudo, as respostas neste ?mbito, ainda s?o prec?rias na atualidade em Portugal. Partindo destes pressupostos pareceu-nos ser primordial realizar a pesquisa no ?mbito das necessidades do cuidador no cuidar da pessoa em agonia no domic?lio, com o objetivo geral de compreender as necessidades do cuidador no cuidar da pessoa em agonia no domic?lio, com a intencionalidade de contribuir para respostas mais efetivas pela equipa de cuidados paliativos aos cuidadores informais, minorando assim o seu sofrimento e ajudando no processo de luto.Metodologia: abordagem qualitativa, estudo numa perspetiva fenomenol?gica, utilizando a entrevista semiestruturada dirigida a cuidadores que prestaram cuidados ? pessoa em agonia no domic?lio na regi?o do Alto Minho de Portugal. Utilizamos a an?lise de conte?do segundo Bardin (2011), como procedimento para a analise dos dados. Os procedimentos ?tico-moral foram respeitados. Principais Resultados: Verificamos, que os participantes do estudo mencionam v?rios motivos para cuidar da pessoa em agonia no domic?lio, nomeadamente o poder proporcionar amor, trocar afetos e uma maior intera??o. Experienciam uma s?rie de sentimentos e emo??es, como ang?stia, medo e ansiedade. Reconhecem que enfrentar o processo de morrer acarreta uma diversidade de dificuldades e necessidades. Identificam a import?ncia do papel da equipa comunit?ria em cuidados paliativos no proporcionar apoio e seguran?a. Verificamos ainda, que cuidar no domic?lio tem repercuss?es, nomeadamente o afastamento familiar. Conclus?o: ? necess?rio cuidar, acompanhar, apoiar os cuidadores da pessoa em agonia, por equipas de sa?de com forma??o especifica em cuidados paliativos. Urge olharmos para o cuidador como algu?m que sofre e que precisa de ir aprendendo a elaborar o seu luto.
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