Summary: | A arquitetura bioclimática reduz os impactos ambientais e melhora o conforto dos espaços construídos. A arquitetura tradicional garante uma habitação adequada aos modos de vida da população. Neste contexto torna-se importante analisar a arquitetura tradicional nos bairros periféricos das cidades moçambicanas, em articulação com as estratégias bioclimáticas. Com este trabalho, pretende-se contribuir para a definição de um tipo de habitação “informal” confortável, e em conformidade com as exigências do desenvolvimento sustentável. Para tal, faz-se uma análise da arquitetura tradicional e dos tipos de casas em África, e um enquadramento da atual situação das habitações informais em Moçambique, para descrever a sua evolução no contexto africano. Seguidamente, são definidos conceitos relacionados com a arquitetura sustentável, e apresentada uma caracterização da arquitetura bioclimática, a mais adequada às condições económicas da população. A metodologia baseia-se na revisão das principais obras de autores moçambicanos, que possibilitaram uma análise das tipologias das habitações periurbanas dos bairros informais das cidades de Lichinga e Maputo. A análise bibliográfica foi complementada com observações diretas ao bairro Chamanculo C na cidade de Maputo, o que contribuiu para consolidar aspetos relacionados com a análise das tipologias. Alguns projetos enquadrados nas técnicas da arquitetura bioclimática, conjugadas com as da arquitetura tradicional, foram muito úteis para o estudo. São, finalmente, apresentadas considerações e recomendações, que permitiram a elaboração de um guião para a elaboração de um manual, com instruções sobre princípios de sustentabilidade, técnicas e materiais recomendados na construção de habitações informais, direcionado à população com escolaridade mínima.
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