Resumo: | Este texto pretende debater a potencialidade expressiva da paisagem insular enquanto objeto fílmico. A geografia madeirense, aqui desdobrada em dois filmes, pressupõe uma insularidade balizada pela linha costeira, onde a terra se submerge e predomina a vastidão do mar. O objeto desta análise reside na comparação de duas obras audiovisuais realizadas no arquipélago da Madeira, separadas por quase cinquenta anos: um filme de longa-metragem, rodado no Porto Santo, e uma curta-metragem em vídeo, rodada na Madeira. Em ambos encontramos uma paisagem demarcada pela fluidez oceânica. E em ambos se desenvolve a narrativa do naufrágio: consumado num dos filmes e eminente no outro. Para contextualizar esta comparação, será abordada também a potencialidade documental, narrativa simbólica da imagem em movimento, e em particular dos filmes que exploram o conceito de ilha distante e solitária, sob um ponto de vista fenomenológico.
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