Resumo: | Embora o facto de um indivíduo com dor crónica perceber o envolvimento familiar como promotor da sua autonomia seja referido na literatura como benéfico para a funcionalidade física do mesmo, não existem instrumentos que avaliem a promoção de autonomia/dependência enquanto funções do suporte social informal percebido, em contexto de dor. O objetivo deste trabalho é a construção e validação da Escala de Suporte Informal para a Autonomia e Dependência na Dor (ESIAD_DOR), que visa a avaliação das perceções de suporte familiar com vista à promoção de autonomia e dependência na dor. Neste estudo participaram 275 adultos (64,7% mulheres), com idades entre 18 e 89 anos (M = 39,49; DP = 16,169). Para além da ESIAD_DOR, foram aplicados outros instrumentos (Inventário Resumido da Dor (Azevedo et al., 2007), The Vanderbilt Pain Management Inventory (Brown & Nicassio, 1987), Escala de Suporte Social da Medical Outcomes Study (Fachado et al., 2007)) e algumas questões sobre a experiência de dor dos participantes. Constituída por duas subescalas, a) perceções de frequência de suporte social recebido e b) perceções de frequência ideal de suporte social, a ESIAD_DOR revelou, para cada uma, uma estrutura fatorial de quatro dimensões teóricas (perceções de suporte instrumental promotor de autonomia; perceções de suporte instrumental promotor de dependência; perceções suporte emocional/estima promotor de autonomia; perceções suporte emocional/estima promotor de dependência), com valores de fidelidade interna e sensibilidade adequados, evidenciando também qualidade nas suas validades de conteúdo, critério e de construto convergente/divergente. A ESIAD_DOR pode ser considerada um instrumento com boas propriedades psicométricas, que permite a avaliação das perceções de suporte familiar e satisfação com o mesmo, assumindo a promoção de autonomia/dependência como funções fundamentais na convivência com a dor.
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