Resumo: | A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória, crónica e sistémica que se caracteriza pela formação do pannus, tecido inflamatório neoformado com acumulação de células T auto-reativas. Estas células T são responsáveis pelo processo inflamatório através da libertação de citocinas e pela ativação de outras células, como macrófagos e fibroblastos sinoviais (principais produtores de citocinas pró-inflamatórias). Esta doença tem sido controlada por tratamentos com fármacos anti-reumáticos modificadores da doença que bloqueiam as citocinas inflamatórias, mas mais de 1/3 dos pacientes não respondem aos tratamentos. Assim uma das possíveis formas de tratamento que começa a ser explorada é o uso de células mesenquimais do estroma (MSC). As MSC são células progenitoras adultas, clonogénicas, não hematopoiéticas e multipotentes, com capacidade de auto-renovação e diferenciação em diversas linhagens celulares, que têm um efeito imunomodulador sobre as células T, inibindo a sua citotoxicidade e promovendo a produção de citocinas anti-inflamatórias, decrescendo a produção de citocinas pró-inflamatórias. Assim, este estudo pretende, com a realização de co-culturas entre MSC e células mononucleares, perceber qual o efeito das MSCs em doentes com AR e desta forma encontrar um caminho promissor para o tratamento desta doença autoimune. Os resultados mais relevantes foram a inibição da frequência de células T CD4+ e CD8+ produtoras de citocinas pró-inflamatórias como, IL-2, IFN-γ, TNF-α, IL-6, IL-17 e IL-9, em todos os compartimentos funcionais, em doentes com AR.
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