Summary: | Em Portugal, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Educação, 27,1% das crianças que frequentam o ensino primário e 28,9% das crianças que frequentam o Ensino Secundário falham nas suas aprendizagens (Fonseca; 2008; 87). Apesar da maioria das crianças aprender a ler sem dificuldade, há muitas outras que - de acordo com o primeiro estudo sobre a prevalência da dislexia em Portugal, 5,44% das crianças - apresenta dificuldades na leitura, apesar da sua capacidade cognitiva ser média. Assim, neste trabalho abordam-se as Dificuldades Específicas de Aprendizagem (DEA) que dizem respeito ao modo como um individuo processa a informação, tendo em conta as suas capacidades e as suas possíveis realizações. Estudam-se as dificuldades que se manifestam ao nível da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou da resolução de problemas. Salienta-se sempre que estas dificuldades não resultam de privações sensoriais, de problemas motores ou cognitivos, de défice de atenção ou de perturbações sociais. Ou seja, nas DEA enquadram-se sempre crianças que não acompanham o progresso dos seus pares, apesar de possuírem as mesmas condições – a mesma idade, a mesma estimulação e ensino – que eles. De modo a sustentar a pergunta de partida - Intervenção (pedagógica diferenciada) em Dislexia: que mais-valias? – estudou-se em profundidade a dislexia. Esta incapacidade específica de aprendizagem, de origem, neurobiológica, é caraterizada pelas dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica e resulta de um Défice Fonológico. Porém, a dislexia não se faz sentir apenas na leitura/escrita, mas também no comportamento e no quotidiano. No dia-a-dia a dislexia não se prende apenas com as dificuldades da leitura e da escrita e com os défices fonológicos mas também com as relações espaciais, a gestão do tempo, a memória, a nomeação rápida ou até com diferenciar a esquerda da direita. Então, para compreender as mais-valias da intervenção em dislexia, recorre-se a dois focus groups, realizados a crianças disléxicas e aos respetivos pais, com o objetivo de perceber em que é que a vida destas seis crianças mudou a nível escolar, social e familiar, mergulhando não só no seu sofrimento (já passado) mas também nas suas vitórias e alegrias
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