Summary: | Em Portugal existe uma ausência de estudos relativamente à incivilidade no trabalho e à forma como o ambiente no trabalho influencia a saúde mental dos profissionais. Assim, para corrigir a lacuna em causa, efetuámos um estudo onde analisámos a incivilidade, o empowerment estrutural e a saúde mental nos profissionais de saúde em cuidados paliativos e continuados. A nossa investigação pretende analisar se o empowerment estrutural afeta positivamente a saúde mental, estudar se a incivilidade afeta negativamente a saúde mental, observar se o empowerment estrutural está negativamente associado à incivilidade e, por fim, avaliar se a incivilidade medeia a relação negativa entre o empowerment estrutural e a saúde mental. Contámos com uma amostra de 209 participantes a nível nacional, de profissionais de saúde (enfermeiros, médicos, psicólogos, administrativos, assistentes sociais, auxiliares de saúde, e outros), que estejam atualmente a trabalhar em cuidados paliativos ou continuados. Para tal, aplicámos os instrumentos na versão adaptada à população portuguesa da Straightforward Incivility Scale (Leiter & Day, 2013), Escala Simples de Incivilidade no Trabalho, ESIT (Nitzsche, 2015), CWEQ-II (Laschinger et al., 2011) na versão portuguesa de Orgambidéz-Ramos et al. (2015) e o Mental Health Inventory, versão reduzida de cinco itens e adaptada à população portuguesa, MHI-5 (Ribeiro, 2001). Os resultados confirmaram parcialmente a relação positiva entre o empowerment estrutura e a saúde mental e entre o empowerment estrutural e a incivilidade, todavia não confirmaram a existência de uma relação negativa entre a incivilidade e a saúde mental, nem quando a incivilidade se comportou como a variável mediadora entre o empowerment estrutural e a saúde mental.
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