Summary: | O sector de construção em Portugal, como na maioria dos países Europeus, foi fortemente afetado pela grave crise económica e financeira global de 2008. De acordo com a Comissão Europeia, a instável situação macroeconómica do país foi acompanhada por um decrescimento no número de empresas, emprego e produto do sector de construção em sentido lato no período 2008-2014. Por outo lado, verifica-se deste o início da década de 2000 um ajustamento estrutural do sector devido à forte expansão do segmento de construção residencial nova no período 1987-2001. É hoje genericamente reconhecido que a contribuição do sector para a economia nacional e o seu efeito multiplicador no produto e no emprego vai para além das atividades de construção desenvolvidas in situ, assim descritas na secção F das contas nacionais. Uma outra abordagem passa por uma conceção mais alargada do sector que contemple não só as atividades desenvolvidas in situ mas também as atividades imobiliárias, atividades de projeto e serviços técnicos para a construção, e atividades de manufatura relacionadas com a construção, i.e. o Cluster de Construção. Este artigo descreve o padrão atual das diferentes componentes do cluster de construção, o seu enquadramento regulamentar e os principais intervenientes, utilizando dados de diversas publicações do INE e de organizações internacionais. Adicionalmente, traçam-se algumas perspetivas para a evolução do sector tendo em conta as políticas do Governo para um desenvolvimento mais sustentável da indústria de construção.
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