| Resumo: | A reflexão sobre o património e os seus usos é um dos temas mais debatidos no contexto atual. Isto deve-se ao facto de o inventário do património ser cada vez maior e mais abrangente, deste modo, dar um novo uso ao edificado é uma forma de dar continuidade histórica ao património com adaptações contemporâneas como forma de garantir a sua preservação. Nesse sentido, a presente dissertação tem como objetivo compreender os princípios gerais da intervenção em edifícios patrimoniais na contemporaneidade, mais especificamente no Mosteiro de São Salvador de Travanca. Este complexo, que se esconde entre os vales férteis dos rios Sousa e Tâmega, pertenceu em outros tempos à Ordem Beneditina. Este edifício, desempenhou um papel essencial no campo administrativo e para a consolidação territorial e social da época. O Mosteiro foi-se adaptando às funções que lhe foram sendo atribuídas ao longo do tempo, respondendo sempre às necessidades da sociedade. Apesar de ter sido deixado ao abandono em 2005, aquando do encerramento do hospital que lá se instalou na década de 1960, nunca perdeu o seu papel central nesta região. A estratégia seguida na proposta de intervenção, tem por base tanto a história e evolução do edifício, como as demais teorias de intervenção, e a análise de intervenções noutros edifícios monásticos, considerando sempre a preservação da memória do edifício de modo a salvaguardar o seu valor patrimonial. A orientação programática é de enorme relevância quando se pretende reabilitar um edifício desta natureza. Reabilitar este edifício adequando-lhe um programa e recuperando a sua memória é, portanto, o principal objetivo da investigação. Procura-se na permanência de alguns dos seus usos perpetuar a sua memória, encontrando no estabelecimento hoteleiro uma fácil adaptação. O projeto proposto, encontra-se apto para responder às carências tanto sociais como turísticas e culturais sentidas pela população local. Ao adaptar o Mosteiro num equipamento para alojamento temporário, potencia-se a divulgação patrimonial. Renasce assim um espaço dirigido não só para o turismo cultural como polo de atração e divulgação da região nos seus valores paisagísticos e arquitetónicos, como ainda para impulsionar atividades complementares, tais como, a formação profissional e o emprego de um modo geral.
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