Resumo: | Quer o consumo de produtos de luxo em segunda mão, quer os produtos contrafeitos têm tido um contínuo aumento de vendas e é esperado que o crescimento de ambos se mantenha. Porém, se o luxo em segunda mão não representa um risco para a economia, para o governo, para a indústria ou para os consumidores, o mesmo não se pode dizer sobre os produtos contrafeitos. Estudos anteriores sugerem que estes dois tipos de consumo podem substituir-se um pelo outro, uma vez que ambos oferecem o status e prestígio das marcas de luxo verdadeiras, contra o pagamento de apenas uma pequena parte do seu valor real. Contudo, poucas investigações se debruçaram sobre as comparações que levam os produtos a adquirir estes dois tipos de bens. Este estudo tem assim como objetivo explorar duas questões: 1) entender as diferenças e os pontos comuns da intenção de compra dos produtos de luxo de segunda mão e dos produtos de contrafação; 2) compreender se os mesmos se podem substituir. Através de inquérito online foram recolhidas 544 respostas válidas. Uma análise de correlação foi efetuada com o intuito de validar o modelo proposto e as proposições desenvolvidas. Os resultados revelam que existem diferenças nas intenções de compra e nos perfis dos consumidores de produtos de luxo em segunda mão e de produtos contrafeitos. Com base neste estudo não é correto afirmar que estes dois tipos de produto são substitutos. Contudo é sugerido um efeito de substituição entre ambos. Este estudo apresenta implicações tanto práticas como teóricas. Através dos resultados obtidos é sugerido que exista uma redefinição das estratégias de segmentação dos consumidores assim como dos canais de venda das empresas de luxo em segunda mão.
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