Resumo: | O objetivo deste trabalho é, a partir do caso de estudo da cidade de Braga, analisar as várias expressões físicas que permitem documentar a inclusão e/ou exclusão da comunidade hebraica no urbanismo medieval, desde finais do século XIV até à sua expulsão definitiva, decretada em 1496. Pretende-se, deste modo, examinar e cartografar a tipologia da propriedade afeta aos judeus, nomeadamente a emprazada, tendo em conta a sua localização no espaço urbano, de modo a contribuir para uma perspetiva topográfica evolutiva das vicissitudes da sua presença, onde se destaca, nomeadamente, o encerramento da antiga judiaria e a sua transferida para outro local da área urbana, no século XV. Para além dos dados referidos nas fontes escritas, esta abordagem valoriza igualmente a cartografia e iconografia histórica, assim como as evidências materiais que integram ainda o edificado histórico da cidade, nomeadamente o edifício pertencente à antiga sinagoga medieval de Braga. Assim, a partir da análise da Judiaria velha e a Judiaria nova mas também de alguns edifícios dispersos e diferenciados pelo tecido urbano onde os judeus viveram, discute-se a questão da inclusão e/ou exclusão da comunidade hebraica no urbanismo medieval, bem como o impacto da sua presença na morfologia e na topografia da cidade medieval.
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