| Summary: | Nos últimos anos tem sido encontrada nas sociedades ocidentais designadamente entre os jovens, uma certa apatia e falta de envolvimento nas formas mais convencionais de participação política. Dahl (2000, cit. por Porta, 2013:1) refere mesmo que tem havido uma redução da satisfação dos cidadãos relativamente à atuação das «democracias realmente existentes». Segundo as conclusões de um estudo realizado por Magalhães e Moral (2008:2) sobre os jovens portugueses e a sua relação com a política, estes são dos que revelam uma menor exposição à informação política divulgada pelos vários órgãos de comunicação social, comparativamente ao resto da população portuguesa, como por outro lado, na generalidade os jovens e não apenas os que ainda não chegaram à idade de voto, são dos que menos conhecimentos políticos têm. Sem embargo, esta situação dá-se numa altura em que os jovens estão mais do que nunca expostos a informação política e discurso, provenientes dos vários órgãos de comunicação social e da própria educação e diversos meios de interação social, mais do que os seus pais alguma vez estiveram (Loader, 2007:1). Por outro lado, Brites e Ponte (2012:10) atribuem à Internet a criação de novos horizontes e possibilidades de comunicação, ligação, aprendizagem e participação entre as pessoas. Porém, questionam se a Internet está a criar uma geração de jovens com uma maior capacitação para participar na sociedade. Em primeiro lugar, a presente dissertação pretende analisar se os jovens estão a deslocar-se para uma literacia cívica através do uso das novas ferramentas promovidas pelos novos meios sociais, nomeadamente as redes sociais como o Facebook e outras. Em segundo lugar, o presente trabalho procura igualmente compreender se a Internet e as redes digitais estão a criar um maior nível de interesse, participação e mobilização cívica e política entre os jovens portugueses, ou se as redes sociais estarão a potenciar um maior debate de ideias e troca de informação entre os indivíduos.
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