Estudo de um revestimento antimicrobiano para uso doméstico

As cozinhas são ambientes que contêm um grande número de bactérias. Na sua maioria são inofensivas, mas também têm sido encontrados patogénicos como Salmonella e Campylobacter. A presença destes patogénicos é preocupante, pois acumulam-se em alguns locais (frigoríficos, lava-louças, tábuas de corte...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Mendes, Liliana Santos (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.14/37193
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/37193
Descrição
Resumo:As cozinhas são ambientes que contêm um grande número de bactérias. Na sua maioria são inofensivas, mas também têm sido encontrados patogénicos como Salmonella e Campylobacter. A presença destes patogénicos é preocupante, pois acumulam-se em alguns locais (frigoríficos, lava-louças, tábuas de corte e bancadas) e podem ser transmitidos para alimentos que vão ser consumidos causando toxinfeções alimentares. Todos os anos são reportados milhares de casos de doenças de origem alimentar. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi determinar a atividade antimicrobiana de um revestimento em spray, à base de compostos quaternários de amónio, aplicado em diferentes superfícies e, de seguida, avaliar a sua capacidade em prevenir possíveis contaminações cruzadas. Numa primeira fase, foi avaliada a atividade antimicrobiana do revestimento contra isolados de Campylobacter e Salmonella em superfícies de inox, acrílico, mármore e silicone, utilizando o método preconizado pela ISO 22196 (2011). Para Campylobacter spp. não foi possível determinar a sua inibição nas diferentes superfícies, uma vez que o patogénico não se multiplicou nas condições controlo. Como trabalho futuro, seria importante ajustar o protocolo de forma a contornar este problema. Para Salmonella spp., foram encontradas grandes diferenças entre as superfícies tratadas e as não tratadas, demonstrando que o revestimento se mostrou eficaz em inibir este patogénico. De seguida, foi avaliada a capacidade do revestimento em impedir contaminações cruzadas entre uma superfície contaminada com um alimento e um alimento não contaminado. Neste caso, quando o patogénico Salmonella foi incorporado numa matriz e colocado em cima de uma determinada superfície tratada com revestimento, o mesmo não foi inibido e contaminou o alimento que posteriormente foi colocado em contacto com a superfície contaminada. Esta contaminação cruzada ocorreu independentemente do tempo de contacto do alimento (10 segundos ou 2 horas) e do material da superfície testada. Verificou-se, assim, que o revestimento não eliminou Salmonella quando a mesma está incorporada numa matriz alimentar. Com a realização deste trabalho, verificou-se que o revestimento tem uma boa atividade antimicrobiana segundo a norma ISO 22196:2011. No entanto, quando se adiciona a bactéria numa matriz alimentar a utilização do revestimento não diminui a transferência de bactérias das superfícies para o alimento, mostrando que a matriz alimentar protege a bactéria da atuação do revestimento.