Pandemia COVID-19 e o Doente Crítico: Experiência de Tratamento de Doentes numa UCPA Convertida em UCI versus Doentes Tratados numa UCI

INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019 foi descrito na China um novo Coronavírus, responsável pela doença COVID-19. Em Portugal, o Sistema de Saúde foi obrigado a rever a resposta em catástrofe expandido o número global de camas de nível III. Sabe-se ainda pouco sobre o impacto que estas adaptações podem t...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Valente, Miguel (author)
Outros Autores: Oliveira, João (author), Barbosa, Tiago (author), Ribeiro, Sofia (author), Nuñez, Daniel (author), Santos, Alice (author), Pereira, Isabel (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2020
Assuntos:
Texto completo:https://doi.org/10.25751/rspa.20379
País:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/20379
Descrição
Resumo:INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019 foi descrito na China um novo Coronavírus, responsável pela doença COVID-19. Em Portugal, o Sistema de Saúde foi obrigado a rever a resposta em catástrofe expandido o número global de camas de nível III. Sabe-se ainda pouco sobre o impacto que estas adaptações podem ter. Neste sentido, propomo-nos a realizar um estudo comparativo dos doentes admitidos em duas unidades. METODOLOGIA: Descreve-se um estudo retrospectivo observacional desenvolvido em dois centros, uma Unidade de Cuidados Intensivos dedicada a doentes com Covid e uma Unidade de Cuidados Pós Anestésica convertida a UCI-Covid. RESULTADOS: Na Unidade 1 foram admitidos 23 doentes por pneumonia a SARS-Cov-2 e na unidade 2, 11 doentes. O SAPS II foi semelhante, mas constatou-se uma diferença significativa no SOFA à admissão (p=0,025). Houve uma diferença significativa no número de ARDS (p=0,036) e no tempo de internamento na UCI (p=0,045). A mortalidade na UCI (p=0,120) e aos 28 dias (p=0,116) foi semelhante. DISCUSSÃO: A diferença no SOFA não consistente com o SAPS pode ser explicada pela gravidade da disfunção respiratória. A diferença no tempo de internamento pode ser explicada pela gravidade da disfunção respiratória, pelas complicações infeciosas e pelo perfil de doentes admitidos das unidades (nível II+ III e nível III). A mortalidade aos 28 dias da unidade 1 foi inferior à unidade 2 (13% Vs 36,4%), mas sem significado estatístico. CONCLUSÃO: Os resultados encontrados são globalmente semelhantes. A constituição de equipas com experiências e formação diversa afigura-se como uma alternativa viável em tempos de pandemia.