Resumo: | A presente dissertação baseia-se no estudo das obras de Helena Almeida. Numa primeira instância, patenteia-se por ser uma análise sobre a conjuntura portuguesa de meados de 1950 e dos anos 1960 e 1970. Tal análise surge na senda de estabelecer relações entre as características gerais desta conjuntura e o percurso da artista até à realização de pinturas de pendor abstrato-geométrico (década de 1960), com recurso à historiografia da arte. Seguindo esta linha de ideias, as informações recolhidas permitiram-nos colocar as questões que sinteticamente colocamos: 1) em que medida as fotografias da pintora (dado que a artista se identifica sempre como tal) significam um “eterno retorno a casa”?; 2) como é que estas podem expressar o estabelecimento de uma “fronteira” entre o desenho e a pintura?; 3) de que modo a produção fotográfica se interliga com a representação de algo que lhe preexiste (no caso em que procede à materialização de um processo percetivo em específico: a visão)? Na tentativa de responder a estas questões seguimos o raciocínio que nos é suscitado pelos elementos que tridimensionalmente sobressaem das obras de Helena Almeida (nomeadamente a mancha de tinta ou o do fio de crina). Seguindo fielmente esta intuição racional, a presente investigação propõe duas metodologias que se associam à historiografia portuguesa e se coadunam com o teor dos trabalhos de Helena Almeida: uma fenomenológica, outra semiótica.
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