Resumo: | Em 1936 é criada em Portugal a Junta de Colonização Interna. Este passo marca o início de uma política de reforma agrária assumida pelo Estado Novo que procurará estabelecer equilíbrios na distribuição da terra e dissolver crispações sociais, dando consequência a um desejo expresso no final do século XVIII, aquando das primeiras alterações aos direitos fundiários, promovidas pelo Marquês de Pombal. O objetivo é a criação de verdadeiros lavradores proprietários, por se considerar que estas circunstâncias dignificam o trabalhador e promovem compromissos mais dedicados com o campo. Assim, procurou esta Junta, fomentar a atividade agrícola em Portugal continental e ultramarino atuado em terrenos baldios, propriedades públicas e quintas privadas beneficiárias de infraestruturas hidráulicas. Em 1937, os engenheiros agrónomos Mário Pereira e Henrique de Barros, são incumbidos de elaborar um projecto para uma colónia a estabelecer na Herdade de Pegões Velhos, deixada por José Rovisco Pais aos Hospitais Civis de Lisboa aquando da sua morte e o arquitecto Eugénio Corrêa toma a responsabilidade de desenhar os edifícios de apoio. Este aproveita a oportunidade para edificar um conjunto de ideias e técnicas, que do nosso ponto de vista marcam a história da arquitetura em Portugal e testemunham a presença de um Modernismo, que não obstante a sua timidez, fruto dos contornos políticos, sociais e económicos específicos do nosso país, luta pelas suas razões.
|