Modernismo e sustentabilidade: conjuntos urbanos da Grande Lisboa :1945-1973

O objetivo deste trabalho é ilustrar como os valores do desenvolvimento sustentável (ecologia, equidade e economia) estavam já presentes na cidade moderna. Para o efeito, foram estudados quatro conjuntos urbanos localizados na Grande Lisboa cuja génese remonta ao período entre 1945 e 1973: «Bairro d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Fernandes, Pedro Afonso Nunes Correia de Costa (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10437/5953
Country:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/5953
Description
Summary:O objetivo deste trabalho é ilustrar como os valores do desenvolvimento sustentável (ecologia, equidade e economia) estavam já presentes na cidade moderna. Para o efeito, foram estudados quatro conjuntos urbanos localizados na Grande Lisboa cuja génese remonta ao período entre 1945 e 1973: «Bairro das Estacas» em Alvalade – Lisboa; Nova Oeiras; Santo António dos Cavaleiros – Loures e Quinta do Mendes – Odivelas. Os principais resultados obtidos sugerem a importância do valor da ecologia na cidade moderna, na forma de espaços verdes abundantes e estruturantes, sobretudo nas primeiras realizações dado que esta caraterística do urbanismo moderno tendeu a diluir-se por razões de economia de solo e de retorno a formas tradicionais de cidade a partir da década de 1960. O valor da equidade social, expresso designadamente através de uma ampla oferta de equipamentos coletivos, revelou-se mais persistente no tempo enquanto intenção programática, se bem que nem sempre concretizada plenamente e em tempo útil. Já o valor da economia tendeu a sobrepor-se aos demais, não apenas por via de uma crescente densificação do espaço urbano, mas também pelo recurso a tecnologias construtivas que favoreciam as economias de escala e de processo. Foi também desenvolvido um modelo multicritério de avaliação da sustentabilidade do espaço urbano. Da sua aplicação aos conjuntos estudados em profundidade, resulta a impressão de um maior grau de sustentabilidade associado a intervenções pioneiras como Nova Oeiras ou o «Bairro das Estacas». Este último concilia espaços verdes e equipamentos (inseridos em Alvalade) com uma expressiva oferta de comércio e serviços de proximidade, evidenciando uma caraterística original e inovadora do Modernismo Português: a diversidade funcional, normalmente presente exceto em realizações mais funcionalistas e menos conseguidas, como é o caso de Santo António dos Cavaleiros.