Resumo: | Este artigo apresenta a investigação realizada para apurar se as posições públicas dos dirigentes da Armada sobre a política pública de Autoridade Marítima geram crises de supremacia civil em Portugal. A supremacia civil é um dos pilares da democracia, e a sua crise, mesmo que só numa política pública, tem impacto na democracia. A análise foi feita pela aplicação da teoria do processo civilizacional de Norbert Elias, considerou algumas das críticas que lhe são apontadas, e foi complementada pela teoria das elites de Gaetano Mosca. A validação empírica incidiu sobre posições dos dirigentes da Armada, apresentando-se neste artigo uma amostra representativa, com destaque para o período desde 2005, no qual deixou de se aplicar a sobriedade e o recato que distinguiam aqueles dirigentes antes de 2005. Esta nova conduta pode ser interpretada à luz da teoria de Elias como uma perda de pudor e, em conjunto com a teoria de Mosca, como recuos civilizacionais.
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