Summary: | Actualmente a Medicina é considerada uma das actividades de maior risco, derivado das mudanças que tem vindo a sofrer desde o final da Segunda Guerra Mundial, verificando-se uma escassez de recursos versus um aumento da procura de cuidados médicos de qualidade (Campos, 2009). Desde 2006 que a Comissão de Saúde releva a importância de uma cultura de segurança, no sentido de proteger os doentes de eventuais erros não intencionais (Currie, Watterson, 2010). O objectivo geral deste estudo é analisar a cultura de segurança nos blocos operatórios centrais dos hospitais pertencentes à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (onze). O presente estudo é de carácter quantitativo, transversal, do tipo descritivo e correlacional, tendo sido aplicado o inquérito por questionário desenvolvido pela AHRQ, após tradução e validação do instrumento, a uma amostra de 183 enfermeiros pertencentes a oito hospitais da região. Para o tratamento dos dados obtidos através do inquérito por questionário recorreu-se à análise estatística, nomeadamente ao programa IBM-SPSS 20; bem como à análise qualitativa de uma questão, tendo-se utilizado a ferramenta Wordle. Conclui-se que existe uma cultura de punição do erro, bem como uma grave lacuna relativamente ao feedback, por parte dos líderes, e ao envolvimento da gestão de topo para a segurança dos doentes, apesar de já se apostar, na maioria dos hospitais, na aprendizagem e formação em serviço, tendo em conta a sua importância para a qualidade da prestação de cuidados.
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