O cuidador informal de idoso dependente no domicílio: as necessidades e dificuldades sentidas

Introdução: O envelhecimento, muitas vezes associado a doenças crónicas, pode gerar dependência e necessidade de prestação de cuidados de saúde no domicílio. É a família o primeiro suporte, surgindo o cuidador informal, cujo papel envolve permanente disponibilidade, esforço físico e emocional. Compe...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Neves, Marília Maria Andrade Marques da Conceição e (author)
Other Authors: Amado, Tiago André Campos (author), Godinho, Sandra Isabel Seguro Baptista (author)
Format: other
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://web.esenfc.pt/?url=doRPd3zl
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.esenfc.pt:10822
Description
Summary:Introdução: O envelhecimento, muitas vezes associado a doenças crónicas, pode gerar dependência e necessidade de prestação de cuidados de saúde no domicílio. É a família o primeiro suporte, surgindo o cuidador informal, cujo papel envolve permanente disponibilidade, esforço físico e emocional. Compete ao enfermeiro o acompanhamento próximo e a capacitação para o papel de cuidador. Conhecer as necessidades e dificuldades sentidas pelos cuidadores informais contribuirá para a melhoria contínua dos cuidados prestados e desenvolvimento de programas de intervenção mais adequados. Objetivos: O principal foco de atenção do enfermeiro é o idoso dependente, pela sua fragilidade e risco, ficando muitas vezes o cuidador para segundo plano. Assim, delinearam-se como objetivos: - Conhecer as necessidades sentidas pelos cuidadores informais do idoso dependente; - Identificar que dificuldades referem os cuidadores informais relativamente à prestação de cuidados ao idoso dependente no domicílio; - Analisar que contributos do Enfermeiro são percebidos pelos cuidadores informais. Metodologia: Delineou-se um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa. A amostra foi constituída por cuidadores informais de idoso dependente a receber cuidados no domicílio prestados pelos enfermeiros da USF CelaSaúde do ACeS Baixo Mondego. O acesso aos participantes foi através dos respetivos enfermeiros de família sendo contatados por telefone pelos investigadores para averiguar se aceitavam participar no estudo de forma livre e voluntária. Os dados foram colhidos através de entrevista semiestruturada aos cuidadores informais durante visita domiciliária e posteriormente submetidos à análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Resultados: O papel de cuidador alterou a vida pessoal destes cuidadores, de uma vida ativa e dinâmica para uma vida de preocupações e mais confinada a cuidar. Referem a necessidade de apoio de caracter físico e psicológico e do aumento de frequência das visitas domiciliárias pelo enfermeiro. Parece não haver consciência de necessidades relacionadas com o seu papel de cuidador. Os cuidadores mencionam as alterações a nível da sua saúde como principais dificuldades na prestação dos cuidados diários ao idoso, identificando o desgaste emocional e a dor física como geradores de incapacidade no cuidar e cansaço. O apoio da equipa de enfermagem é percebido relativamente à prestação direta de cuidados ao idoso, com valorização da disponibilidade e da relação interpessoal. Contudo o apoio e a intervenção realizada pelo enfermeiro na capacitação para o seu papel de cuidador parecem não ser percebidos. Conclusões: Ressaltam as repercussões físicas, alterações da condição emocional e limitações de caracter social sentidas pelos cuidadores informais e o não reconhecimento das suas necessidades relacionadas com o seu papel de cuidador o que pode conduzir a sobrecarga do cuidador. Destes resultados sobressai a necessidade de desenvolvimento de programas sistematizados de intervenção para capacitação para o papel de cuidador e a avaliação sistemática da sobrecarga, assim como de respostas mais adequadas, envolvendo intervenções multidisciplinares de apoio para suprimir as necessidades e dificuldades do cuidador informal.