O impacto da mastectomia na vida íntima das mulheres operadas por cancro da mama

O cancro da mama, podendo ser entendido como um exemplo conceptual de um dos maiores desafios que uma mulher pode enfrentar no confronto com a ausência de saúde, traz, seguramente, comprometimentos em várias áreas da funcionalidade, tendo-se revestido de interesse no âmbito deste trabalho investigar...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Castelo, Francisca Rita Valério Antunes Varela Bicha (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.6/4396
País:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4396
Descrição
Resumo:O cancro da mama, podendo ser entendido como um exemplo conceptual de um dos maiores desafios que uma mulher pode enfrentar no confronto com a ausência de saúde, traz, seguramente, comprometimentos em várias áreas da funcionalidade, tendo-se revestido de interesse no âmbito deste trabalho investigar a área da intimidade feminina. Assim, o objetivo principal do presente trabalho consistiu em avaliar o impacto da mastectomia na intimidade de mulheres submetidas a cirurgia (mastectomia radical ou conservadora), para conhecer o modo como mulheres com história e vivência de cancro da mama avaliaram a dimensão da sua vida íntima, após terem sido submetidas à mastectomia radical comparativamente a mulheres submetidas à mastectomia conservadora e a mulheres sem intervenção cirúrgica mamária (grupo de controlo). Trata-se de um estudo transversal, observacional-descritivo e quasi-experimental, com a amostra total constituída por 90 mulheres, subdivididas em 3 grupos: 30 mulheres submetidas a mastectomia radical, 30 mulheres submetidas a mastectomia conservadora e 30 mulheres sem patologia oncológica e sem história de intervenção cirúrgica mamária que foram consideradas como o grupo de controlo. As médias de idades das participantes variaram entre os 53.3 anos (grupo de controlo) e 55.1 anos (grupo da mastectomia radical). Os instrumentos utilizados foram, para além do questionário sócio-demográfico, a escala de impacto do tratamento mamário, a European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire Core-30 (EORTC QLQ-C30), a European Organization for Research and Treatment of Cancer Breast Cancer-Specific Quality of Life Questionnaire (EORTC QLQ-BR23), a escala de imagem corporal/relação com o corpo, a escala de imagem corporal, a escala de autoestima e o índice de satisfação sexual. No global, os resultados obtidos demonstraram que as mulheres submetidas a mastectomia radical foram as que apresentam mais profundas alterações nos domínios da integridade física, social, psicológica, emocional e sexual que comprometem a intimidade das doentes. Em conclusão, podemos afirmar que a mastectomia radical é um fator independente de risco que afeta profundamente a Qualidade de Vida pessoal, familiar, emocional, social e psicossexual das doentes, interferindo de forma negativa na esfera da intimidade destas mulheres.