Resumo: | O teorema de Modigliani e Miller (1958) estabelece a irrelevância da estrutura financeira das empresas sobre as decisões de investimento, considerando que os fundos internos são perfeitos substitutos dos fundos externos. Estas análises são formuladas a partir de um conjunto de pressupostos que contextualiza um mercado de capitais perfeito. O teorema pioneiro de Modigliani e Miller (1958) levou à criação, por parte de vários autores, da teoria Neoclássica do investimento. Cujo objectivo subsequente baseia-se na explicação do investimento através de variáveis reais e exógenas a funcionamento internos das empresas. Porém, as imperfeições existentes nos mercados, designadamente a assimetria de informação entre os agentes que tomam decisões de investimento e aqueles que disponibilizam o respectivo financiamento, induzem a uma ligação entre a situação financeira das empresas e as decisões de financiamento. Com a imperfeição dos mercados e a assimetria de informação surgem a teoria dos Cash Flow Livres e a teoria da Agência. As três teorias explicativas das decisões de investimento das empresas referidas anteriormente, são testadas no presente estudo, para tal são utilizados os modelos de painel estáticos e os estimadores dinâmicos. Para este estudo foram seleccionadas 214 PME Portuguesas de capital fechado, para o período entre 1999 e 2005. Por forma a analisarmos os determinantes do investimento, utilizamos como proxy a variável vendas ao testarmos a teoria Neoclássica. Para a teoria dos Cash Flow Livres utilizamos como proxy os cash flows. E finalmente, para testarmos a teoria da Agência utilizamos como proxy as variáveis endividamento e oportunidades de crescimento. Os resultados empíricos obtidos mostram que apenas a teoria dos Cash Flow Livres pode ser considerada explicativa das decisões de investimento. Pois a teoria Neoclássica e a teoria da Agência não são comprovadas.
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