Summary: | A inativação fotodinâmica de microrganismos é uma técnica que combina três elementos não-tóxicos, luz, oxigénio e um fotossensibilizador (PS) para inativar microrganismos. O PS, quando absorve luz na presença de oxigénio molecular, gera oxigénio singuleto (1O2), entre outras espécies reativas de oxigénio, responsáveis por danos celulares nos microrganismos que podem levar à sua destruição. As porfirinas catiónicas foram já usadas com sucesso como PS na inativação fotodinâmica de várias suspensões microbianas como bactérias, fungos e vírus. No entanto, é também conhecido que a organização dos microrganismos em biofilmes lhes confere resistência acrescida aos agentes antimicrobianos relativamente à observada por células da mesma estirpe em forma planctónica. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar a eficiência da porfirina catiónica tetra-iodeto de 5,10,15,20-tetraquis(1-metilpiridínio-4-il)porfirina (Tetra-Py+-Me) como PS, na inativação fotodinâmica de biofilmes de Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans bem como na inativação destas estirpes em forma planctónica. Os biofilmes utilizados nas experiências de inativação fotodinâmica foram desenvolvidos por transferência de cultura em meio líquido para microplacas de 96 poços que foram incubadas a 37 ºC durante 24 h e 48 h (dependendo da estirpe utilizada). A inativação fotodinâmica dos biofilmes foi avaliada de forma indireta (teste da resazurina) e de forma direta (por contagem de colónias) para determinar a viabilidade celular, após exposição dos biofilmes a diferentes concentrações (5, 10 e 20 μM) de Tetra-Py+-Me e irradiados com luz branca durante 30, 60, 90, 180 e 270 min. Os resultados mostram que a porfirina Tetra-Py+-Me causa inativação fotodinâmica dos microrganismos testados, tanto na forma de biofilmes como na forma planctónica, sendo assim promissora a sua utilização como PS na inativação fotodinâmica de biofilmes microbianos.
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