Arquitetura de emergência : o papel da arquitetura na resolução dos problemas pós-catástrofe

A presente investigação, assente em três contextos representativos de pós-catástrofe, aborda a temática da arquitetura de emergência. Por pertencerem a um passado relativamente recente, optou-se por apoiar o estudo nos casos da Indonésia, terramoto de 2004, do Paquistão, terramoto de 2005 e Haiti, t...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Gonçalves, Bruno Manuel de Brito Pereira (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2015
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.26/10239
País:Portugal
Oai:oai:comum.rcaap.pt:10400.26/10239
Descrição
Resumo:A presente investigação, assente em três contextos representativos de pós-catástrofe, aborda a temática da arquitetura de emergência. Por pertencerem a um passado relativamente recente, optou-se por apoiar o estudo nos casos da Indonésia, terramoto de 2004, do Paquistão, terramoto de 2005 e Haiti, terramoto de 2010. Naturalmente, as catástrofes podem atingir qualquer ponto do planeta e são, muitas vezes, devastadoras, trazendo consequências gravíssimas a vários níveis e abalando violentamente todo o sistema social. Os territórios afetados são confrontados com cenários inesperados de destruição das suas infraestruturas. Cidades inteiras podem, em escassos minutos, ser reduzidas a escombros, causando milhares de vítimas mortais e deixando outras tantas feridas e sem lar. Neste sentido, após ocorrência da catástrofe, urge imperativamente propor soluções estruturais, nomeadamente para prestar cuidados às vítimas e oferecer apoio aos desalojados, assegurando assim, de uma certa forma, o retorno à normalidade. São erguidos acampamentos, multiplicam-se abrigos, espalham-se tendas, entre outras estruturas provisórias, numa tentativa de responder às necessidades imediatas. Perante um contexto tão frágil, é necessário atuar rapidamente para implementar medidas que sejam capazes de responder de forma eficaz e minimizar as consequências sofridas, ou seja, é imprescindível haver uma otimização da resposta. É precisamente neste âmbito que se enquadra a presente investigação. Pretende ser um contributo, embora muito escasso, para a melhoria da capacidade de resposta do homem face a futuras possíveis situações de catástrofe natural. Estruturado em três capítulos principais, naturalmente interligados, o trabalho contempla uma parte introdutória que abarca diversos assuntos considerados fundamentais para uma melhor compreensão da temática visada. São várias as finalidades que orientaram a pesquisa e análise, nomeadamente: identificar e caracterizar os tipos de desastres naturais; averiguar as condições materiais, físicas e psicológicas em que se encontram as populações desalojadas; reconhecer as estruturas, materiais e técnicas mais utilizadas; delinear estratégias de intervenção; refletir sobre a importância do papel do arquiteto na reconstrução dos locais afetados. Os dois últimos são indiscutivelmente aqueles que maior importância conferem ao trabalho desenvolvido. Importa sobretudo entender qual o contributo que o arquiteto pode ter na resolução dos problemas que surgem em contexto de catástrofe natural e que estratégias de atuação adotar perante casos específicos. As conclusões do estudo parecem indicar uma forte ligação entre cenários de catástrofe natural e processos da arquitetura de emergência. No que concerne às soluções técnicas adotadas, verificase um predomínio de estruturas simples e económicas, construídas com materiais acessíveis, de transporte fácil e montagem expedita. Conclui-se ainda que é a forma de intervenção que determina o sucesso das medidas implementadas em termos de arquitetura de emergência. Neste sentido, é imprescindível definir e elaborar um planeamento dos campos de desalojados e um novo planeamento urbanístico, para evitar que as novas edificações se espalhem aleatoriamente. É também fundamental haver um cuidado maior em termos de técnicas construtivas, sobretudo por se tratar de locais ainda vulneráveis face a eventuais novos acidentes naturais. Impera portanto possibilitar a formação das populações neste campo. A arquitetura de emergência é um processo que necessita de intervenções rápidas, mas, não pode ser um produto que se constrói sem critério, em qualquer lugar e de qualquer forma.