Resumo: | A Comunicação Política é uma área vasta em expansão quer sob o ponto de vista da reflexão teórica praticada nas Academias quer sob o ponto de vista da sua prática em numerosos domínios da vida cívica. Por um lado, verifica-se uma inflexão crescente da instituição universitária no sentido de um sério aumento da investigação no âmbito da Comunicação Política. Vislumbra-se um claro aprofundamento dos estudos nesta área visível na imprensa universitária e especializada, na formação de Grupos de Trabalho nas Sociedades Científicas nacionais e internacionais, na realização de Congressos e de Reuniões, no número de Teses de Doutoramento e dissertações de Mestrado, na publicação de trabalhos de fundo, de livros e de monografias que elegem a comunicação política como tema de trabalho. No caso português, os estudos em causa conhecem um surto editorial e uma ambição de pesquisa bastante evidente ao nível da produção científica, em áreas como a comunicação eleitoral, políticas de identidade, utilização dos novos meios ao serviço da política, marketing político, participação cívica e deliberação ou a análise das interfaces entre jornalismo e política. Por outro lado, intensifica-se, ao nível da vida política, uma adequação crescente dos discursos tradicionais acerca dos assuntos públicos às necessidades organizacionais e às convenções narrativas dos mass media. A questão da legitimidade é, cada vez mais, uma questão comunicacional que se joga num espaço público altamente massmediatizado. Nunca as questões relativas às interfaces entre media e sistema político despertaram tanto interesse nem foram tão decisivas, bastando para tal pensar nas polémicas desenvolvidas em torno da Guerra do Golfo ou da cobertura do terrorismo. A política, tal como se pratica nos nossos dias, implica uma zona de interface com a comunicação.
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