Summary: | O presente relatório refere-se à ação educativa desenvolvida no âmbito da unidade curricular de Prática de Ensino Supervisionada e inclui um estudo sobre a atividade e autoperceção motora das crianças. Procura-se refletir acerca das oportunidades que em contexto educativo podem ser proporcionadas às crianças para favorecer o seu desenvolvimento motor e bem-estar. As questões para as quais pretendemos obter resposta são as seguintes: Que oportunidades de atividade motora proporcionar às crianças, em contexto educativo (creche, jardim de infância e 1.º ciclo do ensino básico), no quadro de uma formação holística?; Será que as crianças que se autopercecionam mais competentes fisicamente são também aquelas que apresentam melhores níveis de performance física? O estudo segue uma linha metodológica de natureza mista, recorrendo a dados de natureza qualitativa e quantitativa, e atravessa os três contextos em que decorreu o estágio, designadamente creche, educação pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico. Para a recolha de dados recorremos à observação, procedendo a registos escritos através de notas de campo e fotográficos, bem como a medidas antropometrias (Estatura, Massa Corporal, IMC, Percentil), à Escala Pictográfica de Perceção de Competência e Aceitação Social para Crianças (Lourdes, 2008) e testes motores: Motor profile of Portuguese preschool children on the Peabody Developmental Motor Scales-2: A cross-cultural study (Folio, & Fewell, 2000); e Prudential Fitnessgram: curl up, push-up, trunk-lift e corrida/marcha da milha (Maia, & Lopes, 2003). Foram recolhidos dados e aplicados os instrumentos referidos a 38 criança, dos 4 aos 8 anos de idade, tendo como objetivos: caracterizar a autoperceção de competência física; e comparar essa autoperceção com a performance motora das crianças. Os dados permitem perceber que as crianças apresentam um autoconceito depreciativo das suas habilidades motoras. Verifica-se através da análise estatística, recorrendo ao programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), que a maioria das crianças (71%) executou todas as habilidades motoras propostas, apontando para valores superiores aos de autoperceção. Os valores médios de autoperceção relativos à competência física foram de 2,01±0,081 nos rapazes e nas raparigas de 2,16±0,22.
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