Resumo: | O Trabalho estuda a Ciberguerra e o modo como as Forças Armadas se podem estruturar para melhor enfrentar as ameaças que a enformam. A massificação da Internet mudou o mundo e é consensual que nada alguma vez o mudou tão rapidamente, quanto a Internet o tem feito, trazendo desafios novos, para os quais ainda se procuram as respostas e faz com que a guerra no Ciberespaço seja considerada uma preocupação prioritária e se encontre no topo da agenda dos decisores políticos mundiais e das organizações mandatadas para zelar pela segurança dos Estados. Num domínio em que o próprio termo Ciberguerra é ainda desconhecido, o trabalho procura fazer luz sobre esta parte da ciência militar, conceptualizando e distinguindo a Ciberguerra daquilo que ela não é, ao mesmo tempo que tenta despertar as consciências para uma ameaça que existindo num mundo virtual formado pelos computadores e pelas redes de computadores, cruzou, cruza e vai continuar a cruzar a barreira do virtual, provocando efeitos físicos e afectando os sistemas vitais de um país como sendo os sistemas de energia, transportes, financeiros e económicos entre outros. Não pretendendo ser mais um acelerador na corrida, que já começou, às armas no Ciberespaço, o trabalho não deixa de ser uma ferramenta para evidenciar que o Ciberespaço representa um novo ambiente para a projecção de poder que se transforma num novo desafio para as Forças Armadas Portuguesas e ao mesmo tempo numa oportunidade. Se a faceta defensiva da Ciberguerra é mais ou menos pacífica no enquadramento legal da actuação pelos Estados, as componentes ofensiva e exploratória levantam problemas acrescidos que este trabalho não ignora mas aprofunda. Igualmente aborda as capacidades de Ciberguerra, em todas as suas vertentes, que a Marinha, o Exército e a Força Aérea têm implementado, situando esta percepção no contexto dos Países nossos aliados e da NATO, e parte desse patamar para a visualização do que pode ser feito para melhor enfrentar as ameaças da Ciberguerra, não esquecendo que a universalidade de um Ciberespaço partilhado implica uma resposta global envolvendo tanto organizações nacionais como internacionais, sejam civis sejam militares, com responsabilidades na segurança e defesa dos Estados. Abstract: The paper studies cyberwar and how the Portuguese Armed Forces can be better structured to deal with the threats it carries. Widespread use of the Internet has changed the world and it is common sense that nothing ever changed it so quickly as Internet, bringing new challenges for which we are still seeking answers and makes war in cyberspace to be considered a priority concern and to be on top of the agenda of politics and organizations mandated to ensure the Countries defenses. Focusing in one area where the very term cyberwar is almost unknown, the paper tries to shed light on this part of military science, conceptualizing and distinguishing cyberwar from what it is not and at the same time trying to raise awareness of a threat that exists in the virtual world, formed by computers and computer networks that already crossed ,is crossing and will go on crossing the barrier from the virtual, causing physical effects and affecting vital systems of a country such as energy, transportation, financial and economic systems, among others. Not wishing to be one more accelerator in the race to the arms in Cyberspace, which has already begun, this work is a tool to demonstrate that Cyberspace represents a new environment for power projection, becoming a new challenge and at the same time an opportunity to Portuguese Armed Forces. If defensive aspect of cyberwar is more or less regulated by the Countries legal framework, the offensive and exploratory components pose additional problems that this work does not ignore but deepens. It also discusses cyberwar capabilities, in all aspects that Navy, Army and Air Force have implemented, placing this perception in the context of the NATO and allied countries, and starts from that level for the visualization of what can be done to better cope with cyber threats, not forgetting that the universality of a shared cyberspace requires a global response involving both national and international organizations, whether civilian or military, with responsibilities on Countries security and defence.
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