Summary: | Apesar da ênfase da medicina dentária preventiva nos últimos anos, continua a ser elevado o número de indivíduos parcial ou totalmente desdentados, necessitando de tratamentos que devolvam a funcionalidade. Nesse sentido, a implantologia tem-se tornado a área de eleição para que esses problemas sejam minimizados, proporcionando uma melhor qualidade de vida. A periimplantite, uma falha tardia dos implantes dentários, é definida como um processo inflamatório que afeta os tecidos circundantes de um implante osteointegrado em função, resultando na perda de osso de suporte. Esta patologia tem consequências tanto a nível económico como na saúde oral dos pacientes. Assim, urge identificar os mecanismos moleculares que estão envolvidos nesta patologia. O objetivo deste trabalho consiste e identificar as proteínas alteradas e as glicoproteínas cuja atividade possa ser modificada, de modo a identificar não só os processos moleculares que se encontram comprometidos na periimplantite, mas também esclarecer o contributo da flora que está presente de forma diferenciada nesta patologia. Recorrendo à biomedicina computacional, foi possível tratar dados no sentido de equacionar razões moleculares subjacentes à periimplantite. O estabelecimento do proteoma da periimplantite possibilitou adicionar 39 proteínas à base de dados OralCard, permitindo pela primeira vez compilar informação relativamente à periimplantite nesta base de dados. A caracterização funcional do OralOma da periimplantite permitiu identificar alterações em determinadas funções moleculares, processos biológicos e vias de sinalização. Não foi possível determinar o GlicOralOma devido à escassez de informações. Relativamente ao microbioma da periimplantite verificou-se existir escassez de estudos nesta área, sendo apenas identificados 5 géneros como aumentados na periimplantite. De igual forma, verificou-se uma escassez de dados que permitissem estabelecer relações com a periimplantite aquando da análise de interactómica. Este trabalho permitiu elucidar mecanismos moleculares que levam à perda óssea em redor do implante, o que poderá permitir o estabelecimento de alvos para futuros estudos experimentais e de novas abordagens na intervenção clínica na periimplantite.
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