| Summary: | Nos últimos anos com os avanços nas técnicas de Microbiologia e Biologia Molecular a importância da microbiota intestinal fizeram que o mundo da ciência não considerasse o trato gastrointestinal apenas como um simples órgão digestivo, mas se questionasse sobre o impacto que a microbiota intestinal pode ter na saúde humana e no desenvolvimento de patologias. As doenças inflamatórias intestinais (DII) afetam em Portugal cerca de 7 mil a 15 mil pessoas, sendo caracterizadas pela existência de uma inflamação crónica com alvo preferencial no trato gastrointestinal. Apesar da sua etiologia ainda não ser bem compreendida, fatores genéticos e ambientais que levam a alterações na microbiota têm sido alvo de estudo. O corpo humano é colonizado por trilhões de células bacterianas e assim o conhecimento do papel da microbiota gastrointestinal na etiologia das DII permite melhorar a qualidade de vida e otimizar o tratamento. A terapêutica disponível irá depender da gravidade e da extensão da doença, da resposta às intervenções já efetuadas e do número e gravidade das crises anteriores, sendo os aminossalicilatos os mais utilizados bem como os corticosteroides. Também os probióticos e prebióticos têm apresentado grande potencial em abordagens terapêuticas de DII. Os profissionais de saúde são muito importantes no acompanhamento destes doentes, tendo um papel ativo na tomada de medidas modificadoras de comportamentos (dieta, exposição a fatores de risco como o tabaco), na abordagem a novas terapêuticas (probióticos e prebióticos) e assim contribuírem para a melhoria da qualidade de vida destes doentes. Atendendo à importância do papel microbiota no desenvolvimento das DII, os objetivos deste trabalham visaram: caraterizar a microbiota intestinal; analisar o papel da microbiota intestinal no desenvolvimento de patologias intestinais; aferir que fatores podem levar a alterações da microbiota intestinal; conhecer diferentes tipos de DII e suas manifestações; perceber quais as terapêuticas usadas no seu tratamento; verificar a importância dos prebióticos, probióticos e simbióticos; relacionar a importância de outros parâmetros, como a dieta, no controlo da sintomatologia de forma a melhorar a qualidade de vida dos doentes.
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