Summary: | Em Março de 2020, iniciei um projecto de auto-retratos (quase) diários. A disciplina levou a que o olhar se desprendesse do pensamento conceptual, julgador, condicionado. Como descrito pelo animador/realizador Kôji Yamamura (2020, p.37), é no processo de desenhar que as respostas surgem. Desenhar um mesmo objecto repetidamente trouxe e traz-me de volta à prática meditativa. Tempo e espaço alteram-se e há uma integração natural entre ser e fazer, o gesto enquanto prolongamento do momento vivido, abrindose ao devir. A animação a carvão sobre papel é como uma metáfora de não-dualidade - co-existência de realidade relativa e realidade absoluta (Bampton, 2019), com o rasto do passado e foco no presente.
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