| Resumo: | Ao longo dos últimos anos tem-se assistido a mudanças significativas na sociedade, resultado do desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia. Estas mudanças ocorreram em todas as esferas da sociedade: a nível político, económico, social, científico e tecnológico. Neste contexto, pressupõem-se a existência de cidadãos capazes de reagir e intervir perante estas mudanças, isto é, cidadãos que mais do que se conformarem com os problemas do quotidiano, agem criticamente sobre eles, de modo a tentar solucioná-los. Assim, torna-se essencial que a escola, em geral, e a educação em ciências, em particular, crie as condições necessárias para que os alunos possam desenvolver capacidades de Pensamento Crítico, com o objetivo de tornar os alunos cidadãos informados e responsavelmente ativos na sociedade. Desta forma, o presente estudo foi desenvolvido em contexto de um projeto de ciências, no quadro da Prática pedagógica da investigadora, com alunos do 6º ano de escolaridade voluntários. Esta investigação teve como finalidade desenvolver (conceber, produzir, implementar e avaliar) atividades promotoras de Pensamento Crítico relacionadas com diferentes temas das Ciências para os referidos alunos. A metodologia adotada neste estudo assenta numa paradigma sócio-crítico, de natureza essencialmente qualitativa e enquadra-se num plano de Investigação-Ação. Neste quadro, em primeiro lugar, procedeu-se à conceção e produção das atividades que promovessem de forma explícita e intencional capacidades de Pensamento Crítico. Antes da fase de implementação das atividades planificadas, estas iam sendo validadas pelo professor orientador do estudo e pela professora cooperante responsável pelo referido projeto. Por fim foram avaliados os resultados obtidos no estudo, recorrendo à aplicação do Teste de Pensamento Crítico (Vieira, 2003) em duas fases distintas, com o objetivo de realizar o levantamento inicial e final das capacidades de Pensamento Crítico dos alunos participantes. Para além disso, foram utilizados outros instrumentos de recolha de dados como, por exemplo, os registos escritos dos alunos. Para analisar os diversos instrumentos utilizados foi efetuada uma análise de conteúdo e uma análise estatística descritiva. Os resultados no seu global apontam para a mobilização de capacidades de PC como, por exemplo, capacidades na área da clarificação elementar e na área de suporte básico. Com base nestes verificou-se que a maioria dos alunos manifestaram o uso de capacidades de pensamento crítico. Pode concluir-se que as atividades implementadas revelaram-se mais um contributo para a mobilização explícita de algumas das capacidades de Pensamento Crítico no ensino básico.
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