Resumo: | No Médio Oriente – área que Pequim descreve como “Ásia Ocidental e Norte de África” 1 –, a República Popular da China é um actor relativamente recente, atraído, fundamentalmente, pelos fabulosos recursos energéticos ali existentes a fim de sustentar o seu “crescimento sob todas as formas”. A centralidade da energia faz com que, paradoxalmente, no muito complexo xadrez geopolítico do Médio Oriente, as relações de Pequim com os governos da região pareçam relativamente simples: sem disputas essenciais entre si, a ressurgente China procura avidamente o que aqueles controlam em abundância, isto é, gás e, sobretudo, petróleo. Porém, as interacções entre a China e os países do Médio Oriente, bem como os respectivos interesses, políticas, estratégias e cálculos mútuos envolvem bem mais do que a compra e venda de energia: armamentos, investimento e comércio não-energéticos, ambições e rivalidades regionais e globais, segurança, interesses e relacionamentos respectivos com outros grandes actores, nomeadamente, a hyperpuissance Estados Unidos e peso relativo da China nos assuntos regionais e da região na globalidade da política externa de Pequim são aspectos que influenciam e marcam profundamente a interface China-Médio Oriente.
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