Infeções respiratórias virais na criança

Exmo. Sr. Diretor da Acta Pediátrica Portuguesa, Lemos com interesse o estudo de Antunes et al1. sobre infeções respiratórias virais na criança, recentemente publicado na Acta Pediátrica Portuguesa. Este trabalho levanta questões relevantes relacionadas com a fiabilidade e utilidade na prática clíni...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pinto, Sara Roque (author)
Other Authors: Constant, Carolina (author), Almeida, Sofia (author), Gil, Joana (author), Bandeira, Teresa (author), Fernandes, Ricardo (author)
Format: article
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.25754/pjp.2013.3154
Country:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/3154
Description
Summary:Exmo. Sr. Diretor da Acta Pediátrica Portuguesa, Lemos com interesse o estudo de Antunes et al1. sobre infeções respiratórias virais na criança, recentemente publicado na Acta Pediátrica Portuguesa. Este trabalho levanta questões relevantes relacionadas com a fiabilidade e utilidade na prática clínica da identificação viral nas infeções respiratórias da criança. A amostra estudada envolve um significativo número de doentes, mas o desenho do estudo e a metodologia contêm aspetos omissos relativamente a critérios utilizados para o diagnóstico, internamento, utilização de terapêuticas, indicação para identificação viral, assim como métodos utilizados na colheita da amostra e seu tratamento laboratorial. Assim, as conclusões e comentários do estudo apresentam limitações que importa considerar. Este estudo apresenta uma baixa proporção de identificação viral (40,4%), que em nosso entender é inerente à utilização da técnica de imunofluorescência direta (IFD). A representação de vírus não identificados por IFD e da coinfeção viral nesta amostra é, assim, muito limitada. Dados por nós previamente apresentados que comparavam as técnicas de IFD e polymerase chain reaction (PCR) em amostras de crianças internadas com infeção respiratória baixa, mostravam que apenas 30% eram positivas com IFD, comparativamente a 93% com PCR2. Resultados preliminares de estudo prospetivo com pedido protocolado de pesquisa viral por PCR foram recentemente por nós apresentados e confirmam, no nosso contexto epidemiológico, a importância do rinovírus nas infeções respiratórias baixas nas crianças internadas (2º vírus mais frequentemente identificado), assim como da coinfeção viral, presente em 35% dos doentes3,4. Gostaríamos também de acrescentar que não existe evidência clara da utilidade