Olifaque-uma farsa em emigrês- reflexões à volta da portugalidade

Com base na leitura e análise da obra literária: Olifaque- uma farsa em emigrês, da autoria do cientista e escritor João Magueijo, pretendemos refletir sobre a experiência da “portugalidade” no estrangeiro, mais concretamente no Canadá. A narrativa é grafada segundo a “língua” que o autor ouviu e...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Guerreiro, Carla Alexandra do Espírito Santo (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/25184
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/25184
Descrição
Resumo:Com base na leitura e análise da obra literária: Olifaque- uma farsa em emigrês, da autoria do cientista e escritor João Magueijo, pretendemos refletir sobre a experiência da “portugalidade” no estrangeiro, mais concretamente no Canadá. A narrativa é grafada segundo a “língua” que o autor ouviu e falou na comunidade portuguesa a residir neste país, tendo aí residido de 2005 a 2007. Debruçar-nos-emos sobre algumas questões culturais e linguísticas específicas, evidenciadas pelo autor na construção das personagens e intriga do romance. Na nossa reflexão, ancoramo-nos teoricamente no investigador Eduardo Mayone Dias, professor, pedagogo, filólogo, estudioso da literatura e “cronista da América”, um dos nomes mais prestigiados no mundo das letras da diáspora portuguesa na América do Norte, que usa o termo “emigrês” para definir uma língua franca estabelecida que ninguém estuda. Basear-nos-emos na obra: Falares emigreses-uma abordagem ao seu estudo, em que ele descreve e reflete sobre o curioso e diversificado mundo linguístico dos portugueses na diáspora, tratando com especial acuidade o caso da comunidade portuguesa estabelecida no Canadá. Evidenciaremos, como através deste romance, Magueijo constrói uma narrativa cujas personagens revelam laivos de racismo, xenofobia e sexismo, denominada pelo próprio autor como “farsa”, que nos leva como leitores a perguntar se Gil Vicente terá sentido as mesmas reações aquando da representação das suas peças no Portugal quinhentista, também elas caraterizadas pelas expressões populares próprias dos portugueses dessa época. Se o dramaturgo se apropriou do modo como se falava na altura, o mesmo faz o cientista e escritor João Magueijo, nesta “fotografia”, feita com requintes de humor, dos nossos compatriotas que vivem no Canadá, uma comunidade que conhece bem, certamente, pensamos, por lá ter convivido com muitas das personagens deste Olifaque.