Resumo: | INTRODUÇÃO: A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é preferencial para nutrição entérica (NE) prolongada em pediatria. Contudo, persiste o preconceito que a colocação e NE por PEG em crianças deverá reservar-se às unidades de gastrenterologia/endoscopia pediátrica. Tal parece-nos contrário às necessidades da realidade portuguesa. OBJECTIVO: Caracterizar retrospectivamente uma população pediátrica submetida a NE por gastrostomia, acompanhada por equipa que assiste adultos e crianças, incluindo sucesso e segurança da técnica, evolução ponderal e sobrevida. MÉTODOS: Seleccionaram-se doentes desde 1 mês a 16 anos (média:4,17 mediana:3). Avaliaram-se dados demográficos, patologia subjacente, sucesso técnico, complicações, evolução clínica e ponderal. Comparou-se a sobrevida entre crianças com lesões estáveis e com doenças progressivas, utilizando-se o SPSS. Resultados: Nas 40 crianças referenciadas foi possível colocar a PEG. Ocorreram raras complicações major, resolvidas sem cirurgia. A evolução ponderal foi favorável nos primeiros 6 meses. Crianças com lesões estáveis têm sobrevida mais longa que com doenças progressivas (p=0.002). CONCLUSÕES: A colocação de PEG foi bem sucedida e segura. A NE resultou em evolução ponderal favorável. A sobrevida relacionou-se com a natureza da lesão subjacente. Equipas de NE que assistem adultos devem assumir com naturalidade os doentes pediátricos, em colaboração com pediatras e outros profissionais envolvidos na nutrição infantil.
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