Summary: | Com o aumento da esperança de vida e com o panorama de envelhecimento populacional que se assiste nas sociedades industrializadas, as investigações que se debruçam sobre os idosos tornam-se extremamente pertinentes. Também devido a este fenómeno, se torna cada vez mais urgente a criação de respostas sociais que se pautem pelos princípios de um envelhecimento activo e bem sucedido, de modo a assegurar a dimensão avaliativa do valor enquanto pessoa e da integridade do idoso. O objectivo deste estudo consistiu em averiguar as relações entre o estado mental e a auto-estima em idosos em duas condições distintas face à institucionalização: não institucionalizados versus institucionalizados (valência de centro de dia). Para esse efeito, recorreu-se a uma amostra constituída por 100 sujeitos de ambos os sexos, idosos, dos quais 51 estão institucionalizados em centro de dia e 49, aos quais foi administrado um questionário sociodemográfico, o MMSE e a escala de auto-estima de Rosenberg, individualmente e numa única sessão para cada sujeito. Os resultados apontam para a existência de diferenças estatisticamente significativas no estado mental em função da situação dos sujeitos face à institucionalização, sendo que nos testes de U de Mann Whitney se obtiveram diferenças estatisticamente significativas nas dimensões atenção e cálculo e linguagem e na auto-estima, sendo que os sujeitos não institucionalizados apresentam médias significativamente superiores aos sujeitos de centro de dia. No que diz respeito a relação entre o estado mental e a auto-estima, através da correlação de Pearson, verificou-se que de facto sujeitos com melhor auto-estima possuem níveis melhores de estado mental nas dimensões de atenção e cálculo e linguagem. Obteve-se ainda uma associação positiva e significativa entre o número de actividades desempenhadas nos tempos livres e o estado mental e a auto-estima, salientando-se a importância do envelhecimento activo.
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