Summary: | Num país em que a esperança média de vida tem vindo a aumentar, em que o número de idosos é cada vez maior e a população está cada vez mais envelhecida (Carrilho & Patrício, 2010), é fundamental garantir a qualidade de vida nesta fase. Infelizmente, o aumento da esperança média de vida nem sempre vem associado à manutenção das capacidades funcionais no idoso, e por vezes falamos quase que de sobrevivência, de manutenção das capacidades vitais, mas não de independência e qualidade de vida (Alfieri et al., 2010). É neste sentido que os programas de exercício para a população idosa têm desempenhado um papel importante, na tentativa de prolongar o tempo de qualidade de vida ativa, melhorando ou mantendo algumas das capacidades funcionais essenciais, ou atrasando o processo de envelhecimento. A importância destes programas não se prende somente à componente física e tem vindo a ser associado também a aspetos de natureza cognitiva ou social (Chodzko-Zajko et al., 2009). Cada vez mais ouvimos falar de programas de exercício físico em Portugal, direcionados para a população idosa, mas torna-se necessário perceber de que programas falamos e do impacto concreto destes programas na vida das pessoas idosas. A escassez de estudos desta natureza em Portugal, leva-nos a procurar respostas por todo o mundo na tentativa de aprofundarmos esta questão. Os estudos de revisão sistemática são um primeiro passo para compreender esta temática. As revisões sistemáticas sobre a temática da atividade física ou exercício físico para a população idosa (idade ≥ 60 anos), são na sua maioria associadas a condições clínicas, dependência ou a recuperação em período pós-operatório (Conn, 2010; Eves & Davidson, 2011; Liu et al., 2011; Parmenter et al., 2011; Tseng et al., 2011; Thuné-Boyle et al., 2012), sem especificar os programas de exercício desenvolvidos. A estas limitações associamos ainda a curta duração da maioria dos estudos considerados nas revisões sistemáticas existentes e em grande parte a utilização de instrumentos de medida dispendiosos e de difícil acesso para as entidades que desenvolvem programas de exercício em idosos no nosso país. Neste sentido, é fulcral encontrar soluções que respondam à realidade portuguesa, e que nos permitam, enquanto professores/instrutores, proporcionar aos idosos programas de exercício devidamente elaborados, que respondam às necessidades existentes.
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