Summary: | A Psicologia do Desporto tem como preocupação tentar identificar os efeitos psicológicos do comportamento humano em contextos desportivos e os efeitos psicológicos que a participação desportiva poderá ter nos seus participantes (Cruz, 1996a). O presente estudo visa identificar a orientação cognitiva e o perfil psicológico de prestação de jogadores masculinos de futebol de 11 profissional, em equipas de elite – Chelsea e Benfica – avaliando os skill psicológicos desses jogadores, procurando entender se há algum efeito Mourinho, distinguindo a amostra entre os que foram (ou não) treinados pelo treinador português, pesquisando assim sobre o efeito concreto de um treinador da actualidade – José Mourinho – reconhecido mundialmente pelos resultados positivos e consistentes obtidos nos últimos anos em qualquer clube e país por onde tem trabalhado. Acompanhando o emergir de novas valências conceptuais e metodológicas decorrentes de distintas áreas, procedemos a uma recolha de matéria bibliográfica, visando aprofundar conhecimentos e reflectir sobre o PPP e as OC em contexto desportivo. Procurando enriquecer o conteúdo desta obra, decidimos, além de uma abordagem a conteúdos já existentes na literatura, tentar seguir, inquestionavelmente, um “caminho” mais específico e qualitativo, através de entrevistas a pessoas ligadas ao futebol (Drogba, Petr Cech, Sá Pinto etc) e da aplicação directa de questionários a 29 jogadores profissionais, (21 jogadores do Chelsea e 8 jogadores do Benfica). Os questionários utilizados foram o Perfil Psicológico de Prestação, desenvolvido e validado por Loehr (1986) e traduzido para português por Vasconcelos-Raposo (1993) e o Teste de Orientação Cognitiva para a tarefa e para o ego, teste elaborado por Duda e Nicholls (1989), traduzido e adaptado para Português por Fonseca (1999). Os procedimentos estatísticos consideraram análises descritivas, comparativas e correlacionais. Os valores obtidos nas variáveis para o total da amostra foram: Motivação (27.55+2.097), Auto- Confiança (26.83+2.494), Atitude Competitiva (26.03+2.758), Pensamentos Positivos (25.10+2.160), Atenção (25.07+3.046), Visualização (23.55+3.429), Pensamentos Negativos (22.24+2.824), Tarefa (4.23+0.493) e Ego (2.79+0.741).No que concerne à comparação entre Chelsea e Benfica, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas sendo que também não foram verificadas evidências significativas entre os jogadores que foram e os que não foram treinados por Mourinho. Uma das variáveis que permitiu maior diferenciação entre os factores psicológicos foi continente de origem. Essas diferenças foram encontradas ao nível da atenção. No que concerne aos grupos de idade, verificamos diferenças estatísticas significativas ao nível da atenção e visualização. Constatamos que conforme a idade vai aumentando, aumenta também os níveis de atenção. A visualização apresenta os valores mais elevados nos jogadores mais novos e nos mais velhos, existindo assim uma fase intercalar onde foram observados os valores são baixos. Ao nível da experiência competitiva, verificamos evidências estatisticamente significativas que nos levam a constatar que quanto maior é a experiência competitiva, mais elevados são os índices de atenção e auto-confiança dos jogadores. Com base na presente investigação, sugerimos a necessidade de integrar mais sistematicamente o treino mental na preparação dos jogadores de elite do Chelsea e do Benfica, visando a maximização do rendimento e igualmente contribui para a identificação do estado ideal de prestação desportiva na modalidade de Futebol.
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